Pérolas onibulares

Em primeiro lugar, quero deixar bem claro que não sou uma daquelas pessoas indiscretas, que ficam de orelha em pé nas conversas de ônibus, só esperando a oportunidade de meter o bedelho. Pelo contrário, eu sou discreta. Quase anti-social

Mas quando as conversas de coletivo ocorrem a 46546643247721147 decibéis, não dá pra não ouvir, e pegar pérolas que flutuam no ar rarefeito d' ônibus.

Outro dia, ouvi uma moça que BERRAVA para outra que sua mãe comprou uma multinacional.

Pensei: Osh, deve ser excêntrica, a mãe compra uma multinacional e ela tá andando de "busão"!

A fofa continua: Faz tudo. Tira Xerox, imprime, tira FOTO, uma beleza!

Ah, tsá!

Há uns meses foi uma cena incrível: Uma bichinha, não um homossexual, nem um travesti, mas uma gazela mesmo, sentou muito feminina no último assento vago do ônibus.

O desconfortável e sem apoio assento do meio da última fileira.
Aquela droga que pula mais que o resto do ônbus e não tem banco na frente pra se apoiar, então você fica balançando pra lá e pra cá.

Só que ela sentou do lado de um tiozão caba macho!

Não um tiozinho qualquer, mas um caba muito do macho, nota-se pelas feições rudes.

Pois o tal do Caba macho aboletou-se de uma tal forma no seu assento, que eu quase morro rindo dentro de mim.

Duro, que nem uma pedra, não balançava um milímetro, com as mãos agarradas às laterais do banco.

O caba macho véio tava morreeeeeeeeeeeendo de medo de encostar na bichinha.

SOBRENATURAL!





Ontem, entretanto foi um dia mágico no ônibus.

Uma calanga cabrobística do Nordeste de Minas com jeito de Catarinense que é filha de paulista que veio direto do sertão Goiano do Pará, misturou todas as suas raízes e sotaques possíveis.

Contava, toda feliz, que o filho de quatro anos era um gênio do computador, e ensinava o pai: CRICA aqui, Crica ali.

Falava Oporrrrrrrrrrrrrrrrrrrrtunidadxi de cinco em cinco miutos e mais outras pronúncias bizarras e bizonhas.

Sabia tudo sobre todos os cursos das faculdades (cof!) e transformou o Torricelli, instituição de ensino Guarulhense com nome óbviamente italiano numa coisa assim, tipo : TXOURREITXÈLRREY.

Quase morri de rir. Por dentro, diga-se de passagem.

Quando a gente precisa de alguém pra nos acompanhar nos comentários maldosos do dia-a-dia, cadê?


Ó o grilo...



Mas, se você acha que é só isso, espere! ( Você ainda vai levar pra casa totalmente grátis este lindo estojo com...não, não era isso, sorry.)


Ontem foi o SPFB São Paulo Fashion Bus. Alegria, animação, alto-astral, agito.


Uma senhora dessas peruentas, com cabelos cor de Hebe Camargo quando foge, compridos e com um corte selvagem, estava de túnica leopardo com uma fuseau preto-brilhante, uma sapatilha dourada, blush laranja e delineador.... AZUL.

Senso estético, não abandone as pessoas só porque já estão mais velhas, please!



Isso sem contar que ela é uma daquelas pessoas que mascam chiclete de forma irrritante. Parece que está entoando um mantra. Você vê claramente o movimento dos lábios fazendo : UoUm.

Affe, acho que curso de mastigação de chiclete devia estar incluído na grade curricular desde o pré primário.

Assim como um curso das Dez Cantadas Obsoletas que Você não Deve Passar a uma Mulher na Rua, a começar no ensino fundamental, já que não tem jeito e as crianças estão precoces mesmo.

Pras meninas podiam passar curso de Como Não Ser Uma Vagabunda Piranhenta Aos Treze Anos. Porque gente, a meninada por aí...




Enfin, isso significa que ontem eu estava mesmo muito chata e crítica.




Deve ser o friozinho que tá chegando.



Ele me deixa infinitamente feliz e criativa.


Infelizmente eu uso minha criativiade à favor do lado negro da força...



I don't care.... about.... No inspiration!