quinta-feira, 9 de junho de 2011

Cronicas de um sortudo em Las Vegas (azar no amor,baby!) - Especial (IN)Feliz Dia dos Namorados

Capítulo I

Diga ao povo que morri...


Eu morri, tá?
Mas não precisa chorar por mim não, olha o meu corpo lá, caminhando pelas ruas... completamente sem alma...
Como um boneco, que anda e respira, mas não sente nada...Nem compaixão pelo mendigo na rua, nem raiva da mulher que grita com os filhos ( tão pequenos, coitados...), nem aquela alegria, aquele calorzinho que dá ao ver dois velhinhos, beem velhinhos se abraçando, andando de mãos dadas pela rua.
Pra falar a verdade, neste último caso, o robô malvado que se apossou do meu corpo frio e morto está programado automaticamente para a auto - piedade.E para odiar os velhinhos também.
Quem eles pensam que são, andando por aí se abraçando, esbanjando felicidade conjugal pela rua?
Enquanto o meu corpo (cadáver) - robô caminha por aí, infeliz e sozinho...
Continua...

Capítulo II

Amor - idiota, Idiota- mor...


Eu sou uma idiota! Eu acredito no amor...
Eu ainda acredito que existe alguém, que mesmo não tendo os mesmos gostos que você, finja que tem, só pra ver sua cara de feliz ao compartilhar a descoberta do novo cd daquela sua cantora favorita, a 19,99 nas Lojas Americanas...
Eu acredito que existe alguém que, muito embora não queira ter filhos, te liga no domingo de manhã só pra te contar que sonhou com uma criança linda, que tinha olhos iguais aos seus, e o chamava de papai...
Eu acredito que pode sim existir alguém, com quem você pode passar aquele fim de semana de ócio, seja fazendo amor loucamente em todos os comodos da casa, ou dormindo no sofá, depois de lavar a panela de pipoca, enquanto a tv fica ligada no Faustão...
Mas é claro que eu sei que esse idiota desse amor é só mais um conceito pré- programado, criado por Hollywood, para nos fazer assistir aqueles filmes porcaria, com o roteiro fraquíssimo ( garoto conhece garota- eles se odeiam- daí passam a se amar- algo terrível acontece- o amor prevalece a todos os perrengues - eles vivem felizes para sempre, numa linda casa hipotecada) e nos entupir de pipoca e Coca- Cola, e pagar 50 paus só nessa brincadeira de ir ao cinema...
É claro que eu sei que esse amor é só uma invenção da sociedade machista em que vivemos, a fim de convencer jovens garotinhas indefesas que não há nada de mal em trabalhar oito horas por dis, chegar em casa e ainda ter de lavar, passar, cozinhar e limpar para um troglodita ensimesmado, já que ele TE AMA...
Mas, honestamente, eu não quero deixar de tentar... Vai que o amor existe mesmo, né?
Eu é que não vou perder a chance de viver fuckin' Happily ever after...
( dedicado a um amor atual ... que não se torne um idiota...)

Capítulo III

Diga ao povo que morri... Parte II

Daí o robô que se apossou do meu corpo sente ganas de atirar num dos velhinhos, com seu canhão a laser ( que ficou na lavanderia por engano) porque afinal de contas, ele é um robô cadáver, que não sente nada.
Nada a não ser auto - piedade e um enorme ódio de pessoas felizes.
Ele não pensa nem age como um ser - humano normal. Mas isso é óbvio, agora é um robô sanguinário e auto- piedoso, ocupando um corpo que morreu hipotéticamente de tristeza ( já que os legistas não puderam fazer a autópsia do corpo, ficaremos só na hipótese).
Sendo assim um robô altamente sanguinário e FDP meu corpo atira uma bolinha de papel na cabeça da velhinha, uma vez que é tudo que tem a mão, na falta do canhão a laser. ( que ficou na lavanderia, junto com a minha alma, que morreu afogada...mas fiquei de lama lavada!) O robô assiste à cena que segue, impávido, colosso, etc e tal...
A velhinha grita, leva a mão à cabeça. O velhinho se assusta com o grito e tem um infarto do miocárdio, seguido de um raio na cabeça. Ambos foram fulminantes. O velhinho cai, inerte no chão. A velhinha chora.
Bem feito! Quem mandou ficar de sacanagem, sendo feliz bem no meio da rua, justo quando tem um cadáver - robô a solta pela rua ( e olha que eles deram sorte, porque o canhão a laser ficou esquecido por engano, com a alma lavada e dois edredons, na lavanderia da esquina.)
O robô ri, com uma voz metálica. É a primeira vez que escuto minha voz de robô.
Uma lágrima rola pela minha face moribunda... Entro em curto - circuito...
Apesar de meu corpo ainda ser de carne e osso, o chip de robô no meu cérebro foi danificado após uma inundação.
De lembranças, claro, você não achou que a lágrima ia subir pro cérebro, né?
Acordo, assustada.... Que diabos, eu não sou um robô!
Ma ainda me sinto sem alma, e sem você o edredom faz ainda mais falta...
Não chorem por mim.... Eu já chorei tanto que sonhei com essa história maluca.

Um comentário:

  1. amandinha ressurge! não conhecia esse seu lado ....rsrs!
    vc disse uma verdade absoluta: todo amor é idiota. E, na nossa razão também absoluta parece tão necessário qto uma moeda de 1 centavo. Mas só parece né...pq amar e amor é preciso, sempre. Fazer o quê, erro genético temperado por anos de "involução".

    Quem nunca se enganou achando que esse mundo de merda vale mais q 1 centavo?
    Vamo que vamo...gente idiotaaa..E não se engane, falo só o que penso, pq o que sinto é só amor e indignação.

    beijo grande amandinha!saudade sempre de teus textos, não someeee..! =*

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